Todos os anos, a campanha “Julho Amarelo” chama a atenção para as ações contra as hepatites virais. Diversas associações médicas, além do próprio Ministério da Saúde, participam da divulgação de dados e informações importantes contra esse tipo de infecção.
Entendendo a doença
A hepatite é a inflamação do fígado, que na maioria dos casos é causada por vírus, porém pode também acontecer como consequência do uso excessivo e indiscriminado de medicamentos, do consumo de excessivo de bebidas alcoólicas ou ser devido a uma alteração auto-imune.
Os tipos de hepatite mais frequentes são as causadas por vírus, principalmente as hepatites A, B e C, cujos sintomas podem surgir poucos dias após o contato com o vírus, podendo ser observada coloração amarelada da pele e da parte branca do olho, dor de cabeça e mal-estar geral.
É importante que o clínico geral, hepatologista ou infectologista seja consultado assim que forem identificados os primeiros sintomas de hepatite, pois assim é possível confirmar o diagnóstico e iniciar o tratamento mais adequado, caso haja necessidade. Conheça mais sobre os principais tipos de hepatites virais no vídeo a seguir:
Sintomas de hepatite
Os sintomas da hepatite podem variar conforme o tipo de vírus envolvido, mas geralmente se manifestam na fase aguda da hepatite, sendo os principais:
- Dor de cabeça e mal-estar geral;
- Dor e inchaço abdominal;
- Cor amarelada na pele e na parte branca dos olhos;
- Urina escura, semelhante à cor da coca-cola;
- Fezes claras, como massa de vidraceiro;
- Náuseas, vômitos e emagrecimento sem causa aparente.
A hepatite B normalmente não apresenta sintomas e evolui lentamente. Nos poucos casos que apresentam sintomas, estes podem ser febre, cor amarelada na pele e nos olhos e mal-estar, e em 95% das vezes a cura da hepatite B pode ser alcançada, embora haja casos de hepatite B crônica.
O diagnóstico da hepatite pode ser feito através da observação do paciente e pela confirmação diagnóstica por meio de exames sorológicos de sangue.
Quais os tratamentos para as hepatites virais?
Tanto a hepatite A como a B não têm tratamento específico e costumam evoluir bem sozinhas. No caso da hepatite B, no entanto, a doença pode evoluir para a forma crônica, o que necessitará de tratamento específico feito com medicamentos antivirais para interromper a progressão da doença e reduzir o risco de cirrose e câncer no fígado. A maioria dos pacientes que inicia o uso desses remédios precisa manter o uso contínuo, para o resto da vida.
A hepatite C costuma evoluir bem sozinha e sem tratamentos. No entanto, ela também pode se transformar em uma doença crônica; aí sim, é necessário o uso de medicamentos antivirais, que podem ser receitados para pacientes acima dos 12 anos.
A notícia boa é que o tratamento costuma ser feito em até 24 semanas e tem grandes chances de cura – ou seja, a pessoa de fato irá se livrar da doença para sempre. No entanto, para que isso aconteça, é necessário que a hepatite seja detectada ainda nos primeiros estágios, o que é um grande desafio na maior parte do mundo.
Por isso, a recomendação da OMS (Organização Mundial da Saúde) e do Ministério da Saúde é que todos os adultos acima de 45 anos realizem o teste gratuito em qualquer posto de saúde e, em caso positivo, realizem o tratamento, disponível tanto na rede pública (SUS) como na rede privada de saúde.
Como prevenir as hepatites virais?
A principal forma de prevenção das hepatites virais do tipo A e B é por meio da vacinação. As vacinas para esses dois tipos de infecção são consideradas seguras e eficazes para impedir o desenvolvimento da doença.
Mesmo assim, os níveis de cobertura vacinal, especialmente os da hepatite B, estão abaixo do recomendado. Dados do Ministério da Saúde indicam que, em 2021, a taxa de vacinação ficou em 57,18%. Apenas para comparação, em 2015, esse número chegou a 88,74%.