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Cardiologista escreve artigo sobre morte de atleta por arritmia cardíaca

 

O artigo escrito pelo Cardiologista Drº Marcelo Malta fala sobre morte súbita em atletas, a exemplo da morte do jogador Juan Manuel Izquierdo, de 27 anos, na noite desta terça-feira, 27 de agosto. A informação foi confirmada pelo Nacional, clube de futebol em que ele jogava. O atleta estava internado na UTI do Hospital Albert Einstein, na Zona Sul da capital paulista, desde a última quinta-feira, 22, após ter passado mal durante uma partida da Copa Libertadores contra o time do São Paulo.

 

Veja abaixo o artigo na íntegra.

 

Morre Juan Izquierdo, zagueiro do Nacional, após passar mal no Morumbi

É muito triste saber da morte do zagueiro uruguaio Juan Izquierdo com apenas 27 anos por arritmia cardíaca. É duro ver um atleta cair em campo e não voltar mais para sua casa, reencontrar seus pais e amigos, e, principalmente, sua esposa e filhos, sendo um deles recém-nascido.

É difícil assimilar a morte de um atleta de uma grande equipe de futebol sul-americana, aonde teoricamente passou por toda uma avaliação médica, realizou vários exames, pratica atividade física que é considerado bom para saúde e, de repente, acontece isso.

Uma das primeiras vezes que aconteceu uma situação semelhante foi no Campeonato Brasileiro de 1982, quando o lateral-direito do Sport do Recife Carlos Alberto Barbosa teve uma parada cardíaca em campo durante uma vitória por 4 a 0 contra o XV de Jaú e faleceu aos 28 anos.

Posteriormente, diversas fatalidades foram presenciadas como Marc-Vivien Foé, da seleção de Camarões, depois de já ter jogado duas Copas do Mundo, sofreu um infarto fulminante aos 28 anos numa partida contra a Colômbia em 2003. No ano seguinte, o húngaro Miklós Fehér, jogando pelo Benfica, passou mal durante um jogo contra o Vitória de Guimarães, caiu no chão e não resistiu a uma parada cardíaca. Aos 24 anos, Miklós Fehér faleceu sendo diagnosticado miocardiopatia hipertrófica.

No mesmo ano de 2004,exatamente no Morumbi, no jogo entre São Caetano e São Paulo pelo Campeonato Brasileiro, o zagueiro Serginho do São Caetano caiu e também faleceu, deixando todos que estavam no estádio ou assistindo pela TV em estado de choque por presenciar ao vivo aquela situação desesperadora.

Por tudo isso que já aconteceu, a morte do Izquierdo é muito dolorosa e causa um desespero principalmente para os atletas profissionais por passar na cabeça dos mesmos o pensamento de  quem será o próximo, como prevenir? quais as principais causas?

Que o amor de Deus conforte a dor dessa família e ilumine todas as pessoas ao redor.

Morte Súbita em Atleta

A morte súbita em atleta pode ser definida como a morte que ocorre durante ou até duas horas após a prática de exercícios físicos, individuais ou coletivos, competitivos ou não.

Esse tema nos leva a refletir se o exercício é sinônimo de saúde ou de risco para morte?  A resposta é que ele representa saúde quando praticado de forma regular, respeitando a individualidade de intensidade de esforço adequada para cada pessoa, porém, representa risco quando praticado erroneamente por atletas com doenças cardíacas previamente estabelecidas.

 

EPIDEMIOLOGIA

 

Estatísticas de diferentes países mostram que sua prevalência varia de 0,28 a 1 por 100.000 atletas.  Cinco vezes mais incidente no sexo masculino do que no sexo feminino. Algumas séries apontam o futebol e o basquete como os esportes que mais frequentemente acarretam casos de morte. Entretanto, outros estudos sugerem que a morte súbita ocorre com mais frequência em maratonistas do que em praticantes de outras modalidades esportivas, sendo esta incidência estimada em 1/50.000 nestes corredores 3,4. A maioria dos casos de morte súbita cardíaca nos atletas ocorre durante ou imediatamente após exercício físico vigoroso.

 

FISIOPATOLOGIA

 

A maioria das pessoas que evoluem com morte súbita durante exercício físico apresenta doença cardíaca subjacente que justificava sua morte, uma vez que é extremamente difícil o desencadeamento de morte súbita em atleta com o coração sadio. A Taquiarritmia Ventricular e o mecanismo responsável pela morte súbita em 80% dos casos, ficando os outros 20% a cargo da bradiarritmia e da assistolia. É necessário que além de problemas cardíacos estruturais haja também a incidência de fatores fisiopatológicos, os chamados “gatilhos, que são capazes de ativar mecanismos que possam levar a instabilidade elétrica do coração e, consequentemente, a uma arritmia fatal.

 

ETIOLOGIA

 

Abaixo dos 35 anos de idade, as causas mais freqüentes são as cardiopatias congênitas, sendo a cardiomiopatia hipertrófica a mais prevalente seguida das anomalias congênitas da artéria coronária e da hipertrofia idiopática do ventrículo esquerdo. Acima dos 35 anos, a doença arterial coronariana é a causa mais comum. Estima-se que cerca de 90% das vítimas de morte súbita possuam cardiopatia conhecida ou não diagnosticada. Assim, na maioria dos casos, a morte súbita ocorre por causas que poderiam ser previamente diagnosticadas e evitadas por uma avaliação médica prévia à realização da atividade física.

 

AVALIAÇÃO MÉDICA

 

A principal medida preventiva para diminuir o risco de morte súbita em atletas, sejam eles profissionais ou não, é a avaliação médica antes de iniciar a atividade física. Essa avaliação deve ser feita todos os anos e tem como objetivo diagnosticar a presença de doenças já instaladas, além de fazer um rastreio de possíveis doenças que possam vir a se desenvolver e que tenham na atividade físico-esportiva o “gatilho” necessário para a ocorrência de um evento fatal.

 

CONCLUSÃO:

A avaliação pré – esportiva é uma importante medida que tem que ser cada vez mais estimulada para minimizar o risco de morte súbita durante a prática de atividade física. A utilização de exames complementares tem que ser individualizada de acordo com o perfil do paciente e achados durante anamnese e exame físico minucioso. O surgimento de serviços médicos especializados em avaliação esportiva tem facilitado a investigação de doenças cardíacas pré-existentes que possam colocar em risco a vida de um atleta além de estimar a intensidade adequada de atividade física para cada paciente. Em face da possibilidade da ocorrência de morte súbita em centro de treinamento físico (Clubes, academias….) durante os treinamentos e principalmente em locais de competição, deve-se dispor nestes locais de profissionais de saúde aptos para realização do suporte básico de vida e dispor de meios de rápida comunicação para solicitação de suporte avançado de vida, além do acesso imediato ao principal instrumento capaz de reverter uma parada cardiorrespiratória que é o desfibrilador externo automático – o DEA.

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