O setor de Infectologia do Hospital Vida informa sobre a Febre Oropouche.
O que é?
A Febre Oropouche é uma arbovirose que foi identificada no Brasil pela primeira vez em 1960 e, desde então, casos isolados e surtos têm sido relatados no país, principalmente nos estados da região Amazônica.
Como é transmitida?
A Febre Oropouche é transmitida pelo mosquito Culicoides paraense, também conhecido como maruim. Mosquitos do gênero Culex também podem ser vetores. No ciclo selvagem, os hospedeiros são animais primatas e o bicho-preguiça, enquanto no ciclo urbano, o ser humano continua sendo o principal hospedeiro.
A transmissão do vírus ocorre pela picada do mosquito. Primeiro, o mosquito pica uma pessoa ou animal que já está infectado e o vírus entra no corpo do mosquito, permanecendo lá por alguns dias. Depois, quando o mosquito infectado pica uma pessoa saudável, ele transmite o vírus para essa pessoa.
Não há registro de casos de transmissão de pessoa para pessoa diretamente.
Quais os sintomas?
De acordo com o médico infectologista Eduardo Santos, o período de incubação do vírus é de quatro a oito dias, quando então surgem os primeiros sintomas que são muito semelhantes aos da dengue, como dor de cabeça, dor muscular, dor nas articulações, tontura, náusea e diarreia.
Por isso, é importante que o profissional de saúde seja capaz de diferenciar essas doenças com base em aspectos clínicos, epidemiológicos e laboratoriais e orientar as ações de prevenção e controle.
A manifestação dos sintomas geralmente dura de cinco a sete dias, mas a recuperação total do paciente pode levar mais tempo, várias semanas.
De acordo com o infectologista Eduardo Santos o desafio está no diagnóstico
“O quadro clínico da Febre Oropouche é muito semelhante ao da dengue, e nem todos os laboratórios do país estão capacitados para realizar o diagnóstico correto”, falou o especialista.
Como é o tratamento?
Não existe um tratamento específico para a febre oropouche. O manejo da doença é realizado com medidas de suporte clínico, como o uso de medicamentos sintomáticos e hidratação. Até o momento, não há vacina ou antiviral disponível para o vírus oropouche.
Como prevenir?
As medidas de prevenção são as mesmas de outras doenças causadas por picadas de mosquitos: uso de repelentes, principalmente nos horários do amanhecer e entardecer; uso de manga longa e calça comprida ao adentrar áreas de mata e beira de rios; e uso de telas e mosquiteiros em áreas rurais e silvestres. Além disso, é recomendado procurar ajuda médica ao apresentar qualquer sinal de gravidade.
“Em casos mais graves, a Febre Oropouche pode provocar meningite ou encefalite. Portanto, se as medicações usadas em casa não controlarem os sintomas, é necessário procurar atendimento médico rapidamente, alertou Drº Eduardo.
A eliminação dos criadouros do mosquito também é crucial. Isso inclui evitar o acúmulo de lixo, limpar terrenos, caixas d’água e cisternas, e realizar vistorias regulares para eliminar qualquer água parada que possa servir de ambiente para os mosquitos depositarem seus ovos.