Foram dois dias de muita troca de informações com os grupos de convivência que acompanham pacientes da
hemodiálise, no Hospital Vida. Os setores de Psicologia e Serviço Social abordaram a campanha “Agosto Lilás” e os diversos tipos de violência contra a mulher, destacando a importância de debater o assunto e as denúncias de agressões.
“Aqui convivemos todos os dias com pessoas que conhecem alguém que já sofreu agressão ou que já vivenciou isso. Muitas delas não tiveram coragem de denunciar, não apenas por medo de retaliação, mas, em alguns casos, por não entenderem que estavam sendo vítimas de violência, no contexto da situação”, afirmou a Assistente Social Ellen Oliveira.
Os participantes tiveram acesso a legislação que protege as mulheres vítimas de violência e pune os agressores e a orientações básicas de como agir nesses casos.
Na Lei Maria da Penha estão previstos cinco tipos de violência doméstica e familiar: física, psicológica, moral, sexual e patrimonial. E são milhares de casos todos os anos no Brasil, tantos que a estatística assusta: uma mulher é vítima de violência a cada quatro horas no país. Em Alagoas a situação não foge dessa realidade, segundo Paula Lopes, da Ong de defesa dos direitos da mulher.
“Existe um ciclo de abuso que ocorre, na maioria dos casos, dentro da própria casa, no ambiente familiar. O que nos assusta é o número de subnotificações. Ou seja, casos que nunca chegaram e chegarão ao conhecimento das autoridades e, consequentemente, nas estatísticas oficiais, que permeiam a luta por avanços contra a violência”, disse Paula.
